Amo o sol em pontilhados na água no final da manhã ou da tarde, quando ele se esparrama feito fosse ouro líquido na superfície movente. Também me encanta quando ele invade frestas e convida minúsculas partículas de poeira para dançar. Ou ainda quando se embrenha entre as folhas das árvores, feito desbravasse novos caminhos.  Gosto dele nas pontas dos edifícios ou nos reflexos dos vidros, quando teima em ser percebido. Amo o sol quando não machuca os meus sentidos, quando sobe ou vai embora e pincela o céu com cores que desafiam aquarelas, pedem novos tons e artifícios.

Eu também amo as brechas de azul anil no céu povoado de alvas nuvens. E o azul do mar, tapete mágico sobre a areia branca. E o azul dos olhos e o azul do vestido que exibe flores em sua estampa. Azul é a cor mais linda! Mas também são perfeitas as cores das tulipas, das rosas, das margaridas, das begônias, das violetas, das orquídeas... E pensar que tudo que vejo depende da luz que reflete na minha retina. A menina dos meus olhos, sempre atenta, queria mesmo é ser fotógrafa para guardar por mais tempo tudo que o peito embriagado de beleza registra.