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Tormenta

(Alessandra Matias Querido)

Somos pequenas conchas no fundo do oceano.

Uma ameaça invisível corre a água

e nos faz trancar em casa.

E a escuridão lá dentro

enche o peito,

amedronta a alma,

turva o olhar,

provoca a dor...

Mas resiste, insiste, permanece uma chama,

um sopro,

uma oração,

uma nota,

um poema,

uma canção...

Não somos apenas conchas,

Somos mar.

Há ondas raivosas,

dias de tormenta,

frio, calor...

Há lugares escuros,

Mas tem raio de luz que teima

E fica e ilumina e renova...

E tem lua que muda a maré

E tem areia que muda de lugar

E tem concha que aprende a ser pérola

E mar que se sabe oceano,

Ondas da mesma água salgada,

Lágrimas de saudade naquele poema

Que, espero, tornem-se esperança quando o mar serenar...

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